O psiquiatra é o médico especializado em saúde mental. É aquele que deve cuidar não somente do que “temos e sentimos” mas de quem somos. A verdadeira Psiquiatria vai além da investigação orgânica, devendo conhecer quem é a pessoa que trata em todos os seus aspectos mais profundos, a fim de lhe proporcionar uma vida, de fato, realizada.
Por que você deve se consultar comigo?
Sou Médica Psiquiatra, formada em Medicina pela Universidade Federal de São João del-Rei, com Residência Médica em Psiquiatria pelo Ipsemg e especialização em Análise Existencial e Logoterapia Frankliana. Tenho experiência em tratar todos os Transtornos Mentais.
Possuo um olhar integral aos meus pacientes porque acredito que somente dessa forma posso ajudá-los de verdade. Não trato apenas de sintomas físicos, mas de tudo o que diz respeito à pessoa humana e à sua realização verdadeira.
Exercer a Psiquiatria como eu faço vai muito além de identificar alterações orgânicas. Prezo por uma avaliação minuciosa e abrangente. Busco compreender todos os aspectos necessários para chegar a uma intervenção individualizada, que realmente tornará a vida dos meus pacientes muito melhor do que antes.
Sumário
- Por que você deve se consultar comigo?
- Quando ir ao psiquiatra?
- O que o psiquiatra trata?
- O que esperar da minha consulta?
- O que causa os transtornos mentais?
- Como é feito o diagnóstico dos transtornos mentais?
- Tratamento dos transtornos mentais
- Os transtornos mentais sempre precisam de remédio?
- Os remédios psiquiátricos vão me deixar sedado e lesado?
- Os remédios psiquiátricos viciam?
- Eu vou precisar tomar os remédios psiquiátricos para sempre?
- Qual é a diferença entre psiquiatra e psicólogo?
- Por que ir ao psiquiatra?
- Leia também
- Referências
Quando ir ao psiquiatra?
Infelizmente ainda existe muito estigma em torno da Psiquiatria. É comum ter receio de procurar o psiquiatra por se pensar que “é médico de doido” ou que se deva ir apenas “em último caso”, quando já se está muito mal ou quando os outros médicos não conseguem ajudar.
No entanto, nada disso é verdade. Todos os meus pacientes que chegaram ao consultório com esse receio, confessaram arrependimento por não terem me procurado antes, uma vez que puderam experimentar uma melhora real em suas vidas após a nossa consulta.
É verdade que o psiquiatra é, sim, o médico que trata da “loucura” propriamente dita. Contudo, esse quadro não faz parte da grande maioria dos transtornos tratados pelo psiquiatra. Muito antes de ser o médico que trata da loucura, o psiquiatra é aquele capaz de proporcionar o equilíbrio necessário para se viver bem.
O psiquiatra é o profissional indicado para tratar de tudo o que diz respeito à sua saúde mental, que, quando não vai bem, causa intenso mal-estar emocional e físico, além de prejuízo no desempenho das suas atividades diárias.
Aqui estão algumas situações que podem indicar a necessidade de uma consulta com o psiquiatra:
- Sentimentos negativos intensos ou persistentes: se você está se sentindo triste, angustiado, ansioso, irritado, de um modo intenso ou que demora para melhorar e lhe causa incômodo ou prejuízo;
- Preocupações excessivas: se você percebe que suas preocupações são intensas demais e desproporcionais, causando-lhe incômodo;
- Perda de produtividade: se você não consegue ter mais o mesmo rendimento de antes em suas atividades, como no trabalho e nos estudos;
- Sintomas físicos quando está ansioso: se você sente, por exemplo, palpitação, aperto no peito, nó na garganta, tremor, suadeira, tontura, enjôo, diarreia, falta de ar ou formigamento, em situações que o deixam tenso;
- Desesperança: se você se sente perdido, acreditando que não há solução para as suas dificuldades e sem expectativa de melhora;
- Dificuldade de concentração: se você não consegue manter o foco naquilo que precisa fazer e se dispersa muito facilmente;
- Procrastinação: se você sempre adia, sem motivo, tarefas que precisa fazer;
- Dificuldade nos relacionamentos: se você tem problemas constantes na convivência com outras pessoas;
- Alteração de sono: se você está com dificuldade para dormir ou dormindo demais;
- Alteração de apetite: se você está comendo mais ou menos do que o habitual;
- Cansaço excessivo: se você sente um cansaço desproporcional às suas atividades e que prejudica o desempenho delas;
- Perda de interesse: se você passa a não achar mais graça em atividades que antes gostava de fazer;
- Isolamento social: se você tem perdido a vontade de estar com amigos e familiares;
- Pensamentos obsessivos: se você pensa de modo fixo e obstinado em determinadas coisas mesmo sem querer e não consegue tirar esses pensamentos da cabeça;
- Sentimento de distanciamento de si mesmo e do mundo: se você, por vezes, tem a impressão de estar vivendo num sonho, de que você ou o mundo ao seu redor não são reais;
- Medo intenso: se você sente um medo desproporcional e irracional de algo;
- Ruminações excessivas: se você está o tempo todo pensando em muitas coisas, com o pensamento “cheio e acelerado”, “a cabeça a mil, que não para, não desliga”.
- Distorção de autoimagem: se você se vê de modo muito diferente do que o que as pessoas acham de você, ou dá importância demais a algum detalhe de sua aparência que os outros nem notam, e isso lhe causa intenso sofrimento;
- Manias e rituais: se você precisa cumprir uma série de ações antes de alguma coisa e não consegue deixar de fazê-las mesmo que isso o prejudique e tome muito tempo.
Lembre-se de que sentir emoções faz parte do que é ser humano e, muitas vezes, essas emoções podem ser um mecanismo de sobrevivência e adaptação. Portanto, é essencial uma avaliação minuciosa a fim de discernir se o que está se sentindo representa ou não uma reação normal e adequada àquilo que a está causando, para, desse modo, ser possível a realização do diagnóstico e tratamento adequados.
O que o psiquiatra trata?
O psiquiatra é o médico habilitado a diagnosticar e tratar todos os transtornos mentais. Aqui estão alguns dos quadros que eu trato no meu consultório:
- Transtorno de Ansiedade Generalizada;
- Síndrome do Pânico;
- Transtorno Depressivo;
- Transtorno Bipolar;
- TDAH;
- Esquizofrenia;
- TOC;
- Transtornos Alimentares (Compulsão, Anorexia, Bulimia);
- Transtornos de Personalidade.
Além de tratar condições diagnosticadas, o psiquiatra também atua na prevenção delas. Consultar um especialista logo nos primeiros sinais de sofrimento emocional pode evitar que os sintomas se agravem, promovendo uma recuperação mais rápida e eficaz.
O que esperar da minha consulta?
Em primeiro lugar, acolhimento. Estarei atenta para ouvi-lo com calma e durante todo o tempo que for necessário. Após falar tudo o que você gostaria, farei perguntas mais direcionadas com a finalidade de entender melhor sobre você e o motivou que o trouxe até mim. Algumas dessas perguntas incluem:
- Rotina: o que você faz ao longo do seu dia, desde quando acorda até à hora em que vai dormir.
- Hábitos: o que você costuma fazer com frequência, como por exemplo, sair com amigos, ler, assistir a filmes e séries.
- Interesses: quais são os temas pelos quais você se interessa e gosta ou gostaria de aprender, como por exemplo, astronomia, religião, culinária.
- Atividade física: se você pratica regularmente uma atividade física.
- Crenças: qual é a sua visão de mundo e as principais coisas em que você acredita, os seus valores e princípios, aquilo que norteia a sua vida.
- Relacionamentos: como são os seus relacionamentos interpessoais, com amigos, familiares, namorado/esposa/marido, colegas de trabalho.
- História de vida: a trajetória que você percorreu até aqui e os acontecimentos que o impactaram e causaram alguma repercussão na sua vida.
- Traumas: se você já vivenciou alguma experiência traumática.
- Religião: se você acredita e pratica alguma fé.
- Trabalho: com o que e como você trabalha, como é o seu ambiente de trabalho, a sua produtividade, o seu grau de satisfação com ele, entre outras questões.
- Sono: que horas você dorme e acorda, como é o seu sono e se ele é reparador.
- Alimentação: como são seus hábitos alimentares.
- História psiquiátrica: se você já passou por tratamentos psiquiátricos anteriores, quais e como foram, se já usou medicações, quais, em quais doses, por quanto tempo, se causou efeitos colaterais e qual foi a eficácia.
- História médica: se você tem ou já teve algum problema de saúde, se já fez ou faz uso regular de alguma medicação.
- História familiar: se você possui familiares que têm diagnóstico de transtornos mentais.
- Uso de substâncias: se você fuma, bebe ou usa alguma outra substância.
- Motivo da consulta: o que o levou a me procurar, quando e como isso começou, como vem evoluindo, quais são os fatores associados, a intensidade e a frequência, o que piora e o que melhora, quais são as repercussões na sua vida.
- Expectativas: o que você espera não somente da nossa consulta mas da vida de modo geral, quais são seus sonhos e objetivos.
- Exames complementares: se você fez algum tipo de exame recentemente. Se necessário, solicitarei exames.
Colher todas essas informações é essencial para que eu consiga ajudá-lo de verdade! A maioria dos transtornos mentais decorre de uma combinação de diferentes fatores. Isso significa que, comumente, eles não são causados somente por uma alteração orgânica ou por um desequilíbrio químico.
Em geral, há muito mais do que isso envolvido na etiologia de um quadro psiquiátrico. Oferecer um tratamento eficaz só é possível se ele estiver adequado à causa correta do transtorno. Por isso, realizo uma avaliação cuidadosa, abrangente e personalizada, com foco naquilo que cada paciente precisa e deseja.
Após extensa avaliação e conversa, discutiremos sobre possíveis diagnósticos e tratamentos; sempre tomando decisões de forma conjunta com você, jamais de modo impositivo. Esteja certo de que não serei o psiquiatra que mal o escuta e apenas passa um remédio qualquer, sem lhe oferecer explicações e sem entender o que realmente está acontecendo com você. Todo o meu plano terapêutico será muito bem definido, individualizado e compartilhado com você, sempre objetivando a sua melhora por completo.
Como psiquiatra contribuo para que cada um se torne a melhor pessoa que pode ser, devolvendo o ânimo, a alegria e o sentido àqueles que os perderam. Eu ajudo os meus pacientes a superarem não apenas os seus sintomas, mas a si mesmos e a tudo o que os impede de serem felizes, ainda que diante de sofrimentos inevitáveis. Afinal, felicidade não depende de fatos, mas de atitudes, e estas sempre podem ser mudadas para melhor.
O que causa os transtornos mentais?
De modo geral, os transtornos mentais têm uma origem multifatorial, ou seja, são causados por mais de um fator. Os principais fatores envolvidos são:
- Fatores genéticos: referem-se à herança genética herdada, que pode predispor ao desenvolvimento desses quadros. Diversos transtornos mentais compartilham os mesmo fatores genéticos, como por exemplo, Depressão e Ansiedade, Transtorno Bipolar e Esquizofrenia. Isso significa que quem tem predisposição a ter um quadro, também tem a ter o outro.
- Fatores ambientais: correspondem a circunstâncias adversas, como por exemplo, estar passando por alguma dificuldade ou ter vivido situações traumáticas.
- Fatores psicológicos: alguns padrões de pensamento e algumas crenças podem predispor ao desenvolvimento de alguns transtornos como Depressão e Ansiedade.
A combinação desses fatores é o que leva alguém a desenvolver uma doença mental. Vale ressaltar que quanto maior for a predisposição genética, menos se precisa dos outros fatores para o surgimento desses transtornos.
Como é feito o diagnóstico dos transtornos mentais?
A maioria dos transtornos mentais é diagnosticada unicamente por meio de uma avaliação psiquiátrica criteriosa. Não existem exames que confirmam o diagnóstico desses quadros. O que não significa que eles não sejam doenças. Os transtornos mentais são doenças como qualquer outra doença, ou seja, envolvem alterações orgânicas, isto é, algo anormal está acontecendo e ocasionando algum desequilíbrio no funcionamento do corpo daqueles que possuem essas condições.
Muitas dessas alterações orgânicas já foram comprovadas. Por exemplo, há estudos que mostram diferenças no cérebro de quem tem algum transtorno mental, como Depressão e Ansiedade, comparado com o cérebro de quem não tem. No entanto, ainda não é possível usar essas alterações para se confirmar o diagnóstico de um transtorno mental.
O fato de ainda não existir um exame que confirme o diagnóstico desses transtornos contribui para aumentar ainda mais o estigma em torno deles. Uma vez que não há uma “prova” de que essas doenças existem de verdade. Ninguém duvida do diagnóstico de uma pneumonia porque há um raio-x que mostra a infecção nos pulmões; ninguém duvida do diagnóstico de um diabetes porque há um exame de sangue que mostra a alteração da glicose. Mas facilmente se questiona o diagnóstico de um transtorno mental, como Depressão e Ansiedade, porque não há um exame que “mostre e prove” que essas doenças existem.
Desse modo, muitas pessoas atribuem os transtornos mentais a qualquer outra coisa menos a uma doença de fato. Costuma-se dizer desses quadros: “isso é falta de Deus, é falta de fé, é falta do que fazer, é preguiça”. Infelizmente, esse preconceito pode levar a uma piora para quem sofre dessas condições, além de dificultar a procura por ajuda profissional.
Não havendo exames capazes de detectar esses quadros, o diagnóstico é realizado exclusivamente por meio da consulta com o psiquiatra. Esse profissional irá analisar detalhadamente os sintomas do paciente: quais são, quando começaram, a sua intensidade e frequência, como acontecem, os fatores associados, o que piora e o que melhora, entre outras coisas.
Uma vez bem conhecidos os sintomas do paciente, o psiquiatra avaliará se eles correspondem a critérios diagnósticos claros, que seguem diretrizes científicas internacionais, como o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e a CID-10 (Classificação Internacional de Doenças). Esses manuais fornecem critérios para cada transtorno, como Depressão, Ansiedade, Transtorno Bipolar, entre outros.
É importante ressaltar que o psiquiatra utiliza esses critérios como guia para identificar um transtorno específico, mas cada quadro e cada paciente possuem nuances que essas diretrizes podem não contemplar de modo claro para um leigo. Cada um tem particularidades que vão além dos sintomas aparentes e somente a experiência e o conhecimento de um psiquiatra podem identificar. Por isso, não basta simplesmente que se leia um manual para se fazer esses diagnósticos. É necessária uma avaliação especializada.
É importante ressaltar que o psiquiatra não deve avaliar somente o que o paciente sente, mas quem o paciente é, levando em conta toda a sua história de vida. Somente desse modo, é possível chegar a um diagnóstico correto e às causas certas do quadro, para, assim, estabelecer um tratamento adequado e eficaz.
No entanto, exames complementares podem ser indicados em algumas situações específicas. Por exemplo, o psiquiatra pode solicitar exames laboratoriais para descartar condições físicas que possam estar causando ou agravando os sintomas psiquiátricos.
Problemas como disfunções da tireoide, deficiências de vitaminas ou desequilíbrios hormonais podem provocar ou intensificar sintomas como ansiedade, cansaço extremo, irritabilidade e alterações de humor. Nesses casos, exames de sangue podem ajudar a identificar essas condições subjacentes e orientar um tratamento mais completo. Por exemplo, se alguém está com sintomas de depressão e tem uma anemia grave, é possível que essa anemia esteja causando ou piorando os sintomas depressivos, os quais podem ser resolvidos ou melhorados com a correção da anemia.
Exames de imagem, como a ressonância magnética ou a tomografia computadorizada, são recomendados apenas em situações em que há suspeita de alterações neurológicas, como lesões cerebrais ou tumores, que possam estar impactando a saúde mental. Entretanto, isso não é a regra para a maioria dos pacientes, e cabe ao psiquiatra, com sua experiência, avaliar a necessidade desses exames.
Tratamento dos transtornos mentais
Uma vez que a causa dos transtornos mentais é multifatorial (provocado por mais de um fator), o tratamento também deve ser múltiplo, objetivando resolver todos os fatores envolvidos. Para isso, é necessária uma avaliação extensa a fim de identificar corretamente cada fator envolvido na causa da doença e tratá-los de modo individualizado e correto.
Por exemplo, o fator genético pode levar a alterações orgânicas que precisam de uma medicação específica para corrigi-la; enquanto o fator psicológico pode precisar de um determinado tipo de psicoterapia.
Desse modo, o tratamento dos transtornos mentais não deve ser o mesmo para todos, mas particularizado para cada um, levando em conta a identificação dos fatores específicos que os estão causando, além dos sintomas e das consequências decorrentes deles.
Os transtornos mentais sempre precisam de remédio?
Nem sempre. Como explicado no tópico anterior, o tratamento deve ser individualizado, levando em conta as particularidades de cada caso.
Por exemplo, é possível tratar quadros de Ansiedade e Depressão com psicoterapia e mudança de hábitos de vida.
Somente um bom psiquiatra é capacitado para realizar essa avaliação e definir o melhor tratamento.
Os remédios psiquiátricos vão me deixar sedado e lesado?
De modo nenhum. A ideia de que as medicações psiquiátricas deixam as pessoas “grogues” reside no fato de que antigamente as únicas medicações disponíveis eram realmente mais sedativas e, por vezes, usadas em doses muito mais altas do que hoje. No entanto, a psicofarmacologia e a compreensão dela evoluíram consideravelmente de modo que hoje temos muito mais opções medicamentosas e com muito menos efeitos colaterais.
Sempre explico aos meus pacientes que a minha intenção ao prescrever uma medicação, quando adequadamente indicada, é melhorar a sua vida, não piorar! E passar um remédio que o deixaria lesado não faz nenhum sentido! Portanto, fique tranquilo. O meu objetivo é ajudá-lo a resolver o que o incomoda e o trouxe até mim, tornando a sua vida muito melhor do que antes.
Os remédios psiquiátricos viciam?
A grande maioria deles não vicia. Quase todos os medicamentos psiquiátricos não possuem esse risco. E mesmo os pouquíssimos remédios que podem causar dependência não a causam na maioria das vezes; o fato de que eles podem causar, não significa que causarão. Além disso, quanto mais bem indicada e orientada for a sua prescrição, menor o risco de ocorrer dependência. Eu prescrevo esse tipo de medicação somente com uma recomendação muito precisa, tendo a certeza de que é a melhor alternativa e de que o benefício supera o risco.
É muito comum que o paciente pare de tomar um antidepressivo, por exemplo, e sinta muito mal-estar, o que o leva a achar que isso acontece porque estava viciado no remédio, mas não é verdade. O mal-estar ocorre devido à suspensão abrupta da medicação, que, pelo seu mecanismo de ação, deve ser reduzida gradualmente até à suspensão e somente quando indicado por um psiquiatra. Quando esse processo é feito de modo correto e bem orientado, como eu faço, o paciente não sente nenhum mal-estar ao suspender a medicação.
Outro fator que leva os pacientes a acharem que o antidepressivo vicia é quando param de tomar e voltam a sentir os mesmos sintomas de antes. Mas isso não significa que estavam viciados no remédio! Isso acontece quando o paciente ainda precisa do remédio para tratar o seu quadro.
Pense, por exemplo, quando alguém que tem hipertensão para de tomar o anti-hipertensivo e a pressão volta a subir; isso acontece porque ele estava viciado no remédio para a pressão alta? Não, isso ocorre porque ele deixou de tomar o remédio que estava tratando a sua doença, e sem ele, a doença voltou a se manifestar. Isso significa que vou ter que tomar o remédio para sempre? Vamos ao próximo tópico, em que falarei sobre isso!
Eu vou precisar tomar os remédios psiquiátricos para sempre?
Não necessariamente. Alguns transtornos psiquiátricos mais graves tendem a precisar de tratamento medicamentoso por tempo indeterminado, como a Esquizofrenia e o Transtorno Bipolar. No entanto, a maioria dos quadros podem necessitar de medicação por um tempo limitado, como a Depressão e a Ansiedade.
Não há como prever! Somente com o acompanhamento regular, o psiquiatra pode avaliar se e quando é possível suspender as medicações.
Contudo, se o seu caso está entre aqueles em que o uso da medicação deve ser feito por tempo indeterminado, não se preocupe! Todos os tratamentos psiquiátricos, bem indicados e bem prescritos, podem ser realizados pelo tempo que for necessário de modo totalmente seguro. Pense que é melhor que exista a medicação que trata a sua doença e o deixa bem do que se essa medicação não existisse e você fosse obrigado a conviver com todo o sofrimento e as limitações causados pela doença.
Qual é a diferença entre psiquiatra e psicólogo?
O psicólogo é o profissional que faz faculdade de Psicologia, área voltada ao conhecimento do comportamento humano e das emoções. O psicólogo não é médico e, portanto, não pode fazer o diagnóstico de doenças, a solicitação de exames nem a prescrição de medicações.
O psiquiatra é o médico que, após a faculdade de Medicina, faz uma especialização em Psiquiatria. As melhores especializações são as Residências Médicas reconhecidas pelo MEC (Ministério da Educação), que, ao final, concedem aos que se formam um título de especialista, chamado de RQE (Registro de Qualificação de Especialista). Esse registro é o que garante que o profissional é habilitado a atuar naquela área específica. Por isso, é importante conferir se o especialista que você procura possui um RQE. Você pode fazer essa pesquisa no site do CFM.
Como médico, o psiquiatra é capaz de diagnosticar e tratar os transtornos mentais. Além de conseguir investigar se há alguma outra doença não psiquiátrica que possa estar causando ou agravando os sintomas emocionais.
O psiquiatra e o psicólogo devem trabalhar em conjunto. A maioria dos transtornos mentais precisa da avaliação e da abordagem de ambos os profissionais, com cada um deles atuando em componentes essenciais para a melhora desses quadros.
Por que ir ao psiquiatra?
Para quem enfrenta sintomas de um possível transtorno mental, como os relatados acima, procurar um psiquiatra é o primeiro passo para entender o que realmente está acontecendo e buscar um caminho de melhora. Esse é um gesto de autocuidado e de responsabilidade com a própria saúde.
A decisão de marcar uma consulta pode ser um divisor de águas na vida de quem sofre com sintomas emocionais. Com uma avaliação criteriosa e um diagnóstico preciso, o paciente passa a ter um plano de tratamento eficaz, com acompanhamento profissional e orientação segura. Se você ou alguém que conhece está passando por dificuldades emocionais, considere a ajuda de um psiquiatra: esse é um investimento em uma vida mais equilibrada, com bem-estar e qualidade.
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Referências
American Psychiatric Association (APA). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014; https://www.institutopebioetica.com.br/documentos/manual-diagnostico-e-estatistico-de-transtornos-mentais-dsm-5.pdf