A Esquizofrenia é uma condição de saúde mental que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, mas ainda é cercada por muitos mitos e estigma. Para muitos, a palavra “esquizofrenia” pode evocar imagens de comportamentos estranhos ou perigosos, mas, na realidade, essa é uma doença complexa que pode se manifestar de maneiras variadas.
Imagine viver em um mundo onde a linha entre a realidade e a imaginação se torna nebulosa. Para aqueles que convivem com a Esquizofrenia, essa é uma experiência comum. Os sintomas podem incluir delírios, alucinações e dificuldades em organizar pensamentos. Essa condição pode interferir na capacidade de manter relacionamentos, empregos e realizar atividades cotidianas.
Apesar de ser uma condição grave, é importante lembrar que a esquizofrenia não define a pessoa que a enfrenta. Com o tratamento adequado e apoio, muitos conseguem levar vidas produtivas e significativas.
O médico especialista em diagnosticar e tratar a Esquizofrenia é o Psiquiatra.
Por que você deve se consultar comigo?
Sou Médica Psiquiatra, formada em Medicina pela Universidade Federal de São João del-Rei, com Residência Médica em Psiquiatria pelo Ipsemg e especialização em Análise Existencial e Logoterapia Frankliana. Tenho experiência em tratar todos os Transtornos Mentais, incluindo a Esquizofrenia.
Possuo um olhar integral aos meus pacientes porque acredito que somente dessa forma posso ajudá-los de verdade. Não trato apenas de sintomas físicos, mas de tudo o que diz respeito à pessoa humana e à sua realização verdadeira.
Exercer a Psiquiatria como eu faço vai muito além de identificar alterações orgânicas. Prezo por uma avaliação minuciosa e abrangente. Busco compreender todos os aspectos necessários para chegar a uma intervenção individualizada, que realmente tornará a vida dos meus pacientes muito melhor do que antes.
Sumário
- Por que você deve se consultar comigo?
- O que é Esquizofrenia?
- Sintomas: como se sente e se comporta alguém com Esquizofrenia?
- Como costuma se sentir e se comportar alguém antes de desenvolver Esquizofrenia?
- Características da Esquizofrenia
- Esquizofrenia de Início Tardio
- Causas: por que alguém desenvolve Esquizofrenia?
- Diagnóstico: como saber se alguém tem Esquizofrenia?
- Tratamento da Esquizofrenia
- Esquizofrenia tem cura?
- Leia mais
O que é Esquizofrenia?
A palavra Esquizofrenia tem origem grega e significa “divisão da mente”, fazendo referência à desorganização do pensamento, das emoções e da percepção da realidade. Esses pacientes, em geral, experimentam uma ruptura no curso de suas vidas, como se passassem a ser outra pessoa e a viver de outro modo após o início da doença.
A Esquizofrenia é um transtorno mental grave que afeta a maneira como uma pessoa pensa, sente e se comporta. Essa condição frequentemente leva à uma percepção distorcida do mundo ao redor. Embora seja frequentemente mal interpretada, a Esquizofrenia é uma doença real e complexa, que exige compreensão, empatia e tratamento adequado.
Sintomas: como se sente e se comporta alguém com Esquizofrenia?
A Esquizofrenia não se manifesta da mesma forma em todos os indivíduos. Os sintomas da Esquizofrenia podem ser variados e complexos, afetando profundamente a maneira como a pessoa percebe o mundo e interage com ele.
Os sintomas são agrupados em três categorias principais:
Sintomas Positivos
Também chamados de sintomas psicóticos, são aqueles que envolvem uma distorção da percepção da realidade. Entre os mais comuns, estão:
- Alucinações: São percepções que ocorrem sem um estímulo externo que as cause. O tipo mais frequente é a alucinação auditiva, em que a pessoa ouve vozes que não existem, muitas vezes comentando sobre suas ações ou lhe dando ordens. Algumas pessoas podem ter alucinações visuais, quando veem coisas que não existem, como vultos.
- Delírios: São crenças firmes, não baseadas na realidade e que não conseguem ser alteradas mesmo com evidências em contrário. Por exemplo, alguém pode acreditar que está sendo perseguido por uma organização secreta ou que possui habilidades extraordinárias, como conversar com alguém por pensamento. É necessária cautela na avaliação de delírios que são plausíveis, ou seja, que podem realmente estar acontecendo, e na avaliação de crenças que parecem ser irreais mas que existem na cultura daquele paciente.
- Pensamento desorganizado: Refere-se a um padrão de pensamento que pode se tornar incoerente. A pessoa pode ter dificuldade em seguir uma conversa ou organizar seus pensamentos de maneira lógica. Isso pode se manifestar em uma fala confusa, em que as ideias parecem não se conectar.
Os principais tipos de delírios são:
Delírios persecutórios: O indivíduo acredita que está sendo perseguido, vigiado ou ameaçado de alguma forma. Pode achar que outras pessoas, grupos ou instituições querem prejudicá-lo. Por exemplo, ele pode acreditar que está sendo seguido por agentes do governo, que vizinhos estão conspirando contra ele, que instalaram câmeras em sua casa para filmá-lo e invadiram seus aparelhos eletrônicos, como celular e computador.
Delírios de grandeza: O indivíduo tem uma sensação exagerada de importância, poder ou conhecimento. Pode acreditar que tem habilidades especiais ou uma missão especial no mundo. Exemplos incluem pensar que é uma figura histórica famosa ou um grande líder com um destino extraordinário.
Delírios de referência: O indivíduo acredita que eventos, objetos ou ações de outras pessoas têm um significado especial e único direcionado a ele. Por exemplo, ele pode interpretar gestos de estranhos na rua ou mensagens de rádio como sinais enviados especialmente para ele.
Delírios somáticos: Envolvem crenças falsas sobre o próprio corpo, como ter uma doença grave ou infecções parasitárias inexistentes. Um exemplo é a crença de que órgãos internos estão sendo destruídos ou que insetos estão se movendo dentro do corpo.
Delírios de controle: O indivíduo acredita que pensamentos, sentimentos ou ações estão sendo controlados por forças externas, como tecnologia, espíritos ou extraterrestres. Isso pode incluir o delírio de que alguém ou algo está colocando pensamentos em sua mente (inserção de pensamento) ou removendo pensamentos dela (retirada de pensamento).
Delírios religiosos: O indivíduo pode acreditar ser uma figura religiosa importante, como Jesus, Deus, Maomé. Ele pode começar a apresentar um discurso excessivamente religioso, o que pode incluir falas sobre profecias e revelações. Além de realizar práticas religiosas de modo desordenado, como rezar, ler a bíblia e fazer jejum o dia inteiro.
Sintomas Negativos
Refletem uma diminuição ou perda da capacidade de expressar emoções, da motivação e dos interesses.
- Aplanamento afetivo: A pessoa pode mostrar pouco ou nenhum sinal de emoções, como expressão facial reduzida ou tom de voz monótono. É isso o que faz com que esses pacientes, muitas vezes, pareçam não reagir de modo adequado às situações, parecendo não ficar alegre quando algo bom acontece, ou triste quando algo ruim acontece, por exemplo. Isso pode fazer com que os outros percebam a pessoa como indiferente, “fria” ou desinteressada.
- Dificuldade em iniciar atividades: Muitas vezes, indivíduos com Esquizofrenia podem sentir uma falta de motivação para realizar tarefas cotidianas, como cuidar de si mesmos, ir ao trabalho ou participar de atividades sociais.
- Isolamento social: A pessoa pode se afastar de amigos e familiares, preferindo ficar sozinha. Pessoas que antes eram socialmente ativas podem passar a ser retraídas. Esse isolamento pode ser tanto uma escolha como uma consequência dos sintomas da doença. Por exemplo, por achar que está sendo perseguida, a pessoa pode tentar se esconder; ou por vergonha do que sente, pode tentar não se expor.
Sintomas Cognitivos
Os sintomas cognitivos afetam a capacidade de pensar e processar informações. Eles podem incluir:
- Dificuldades de atenção: A pessoa pode ter problemas para se concentrar em uma tarefa ou manter o foco em uma conversa, o que pode ser frustrante tanto para ela quanto para quem está ao seu redor.
- Comprometimento na memória: Muitos indivíduos podem enfrentar dificuldades em lembrar informações recentes ou aprender novas habilidades, o que pode impactar suas atividades diárias e profissionais.
- Dificuldades de planejamento e organização: Essas dificuldades podem tornar tarefas simples, como fazer compras ou cumprir compromissos, desafiadoras.
Para o diagnóstico, é necessário que esses sintomas durem pelo menos seis meses ao todo (ou menos se forem tratados) e causem prejuízo em áreas importantes da vida do indivíduo, como nos estudos, no trabalho, nos relacionamentos e no autocuidado.
É importante lembrar que cada pessoa com Esquizofrenia pode experimentar uma combinação diferente desses sintomas.
Em geral, há uma fase ativa da doença, em que os sintomas são muito proeminentes, e uma fase residual, em que os sintomas permanecem de modo mais leve, como por exemplo, o indivíduo pode não apresentar delírios claros (como achar que há câmeras na sua casa o vigiando), mas pode ter crenças “esquisitas” e um comportamento “estranho”.
Segundo o psiquiatra alemão Kurt Schneider, existem alguns sintomas que são mais característicos da Esquizofrenia, apesar de não existir nenhum sintoma que seja definitivo para esse diagnóstico. Esses sintomas são chamados de “Sintomas de Primeira Ordem” e são eles:
- Percepção delirante: Um fato recebe uma significação que não tem nenhuma relação com ele. Por exemplo, o paciente pode acreditar que sua esposa está o traindo porque ela deixou a toalha molhada em cima da cama.
- Alucinações auditivas características: São as vozes que comentam a ação do paciente ou que lhe dão ordens para seguir.
- Eco do pensamento ou sonorização do pensamento: O paciente escuta seus pensamentos ao pensá-los.
- Difusão do pensamento. O paciente tem a sensação de que seus pensamentos são ouvidos ou percebidos claramente pelos outros, no momento que os pensa.
- Roubo do pensamento. Experiência na qual o indivíduo tem a sensação de que seu pensamento foi inexplicavelmente extraído de sua mente.
- Vivências de influência na esfera corporal ou ideativa:
- Esfera corporal: O paciente sente uma força ou um ser externo agindo sobre seu corpo, sobre seus órgãos, influenciando suas funções corporais.
- Esfera do pensamento: O paciente sente que algo influencia seu pensamento, como se ele recebesse pensamentos impostos de fora.
Tais sintomas indicam uma profunda alteração na relação do paciente com o mundo, havendo uma perda marcante da dimensão da intimidade. Desse modo, o paciente vivencia a perda do controle sobre si mesmo, a invasão do mundo sobre seu ser íntimo.
Como costuma se sentir e se comportar alguém antes de desenvolver Esquizofrenia?
Existem algumas características que os pacientes costumam apresentar antes mesmo de a Esquizofrenia se iniciar. São o que chamamos de sintomas pré-mórbidos. Eles correspondem a alterações do comportamento que podem ocorrer muitos anos antes da doença surgir, podendo indicar um risco aumentado para a doença.
Principais sintomas pré-mórbidos:
- Alterações de humor e comportamento:
- Indivíduos no período pré-mórbido podem apresentar irritabilidade, ansiedade e desmotivação sem uma causa aparente.
- Podem se tornar mais introvertidos, evitando interações sociais ou atividades que antes gostavam, o que leva a um certo isolamento.
- Déficits cognitivos e acadêmicos:
- Problemas de atenção, memória e habilidades organizacionais começam a surgir. A pessoa pode demonstrar maior dificuldade em aprender e concentrar-se.
- O desempenho acadêmico ou profissional pode cair, e isso pode ser notado por professores, familiares ou colegas de trabalho.
- Déficits no funcionamento social:
- Relações sociais tornam-se mais complexas e desgastantes para o indivíduo. Muitas vezes, ele se afasta de amigos e familiares.
- Dificuldade em interpretar emoções e entender contextos sociais, o que pode levar a comportamentos inadequados ou a uma aparente falta de empatia.
- Sintomas de despersonalização e alterações perceptivas:
- Embora menos comuns, algumas pessoas podem experimentar uma sensação de desconexão com a realidade, como se fossem “espectadores” de suas próprias vidas, antes do início total dos sintomas psicóticos.
- Pequenas distorções sensoriais, como hipersensibilidade a ruídos ou à luz, também podem ocorrer.
- Sintomas somáticos e queixas físicas:
- Alguns pacientes relatam desconforto físico, dores e queixas vagas de mal-estar, que não possuem uma origem médica clara.
Identificar esses sintomas pré-mórbidos pode ser difícil, especialmente porque eles são inespecíficos e podem ocorrer em várias outras condições psiquiátricas. Contudo, uma avaliação psiquiátrica cuidadosa é essencial para pessoas com histórico familiar de esquizofrenia ou outros transtornos psicóticos, pois o tratamento precoce pode melhorar o prognóstico e reduzir a gravidade dos episódios psicóticos futuros.
Características da Esquizofrenia
Os sintomas psicóticos da Esquizofrenia costumam surgir entre o final da adolescência e meados dos 30 anos. Em homens, a doença tende a começar entre 15 e 25 anos, e em mulheres, entre 25 e 35 anos. Quanto mais cedo se inicia o quadro, mais grave ele tende a ser.
Indivíduos com Esquizofrenia podem apresentar uma inadequação das emoções, como por exemplo, rir de algo ruim. Também é comum que eles sintam tristeza, ansiedade ou raiva. Além disso, podem apresentar uma alteração no padrão de sono e trocar o dia pela noite.
Alguns pacientes com Esquizofrenia podem não ter nenhuma consciência do seu transtorno, o que pode levar à não aderência ao tratamento.
É comum achar que os pacientes esquizofrênicos são agressivos, no entanto, a agressão espontânea (sem um gatilho) é muito rara, e a maioria desses pacientes não são agressivos.
Os sintomas psicóticos tendem a melhorar com o envelhecimento, enquanto os sintomas negativos tendem a ser mais persistentes e estão mais relacionados a uma pior evolução da doença.
Cerca de 20% dos pacientes tendem suicídio e 5% a 6% morrem por suicídio. Tal ato pode estar relacionado a alucinações auditivas (vozes que mandam que a pessoa se machuque), a sintomas depressivos e a uso de substâncias, sendo mais comum em homens jovens.
A Esquizofrenia está associada a significativo prejuízo social e profissional. Em geral, esses pacientes não conseguem alcançar níveis acadêmicos e cargos profissionais altos, frequentemente em decorrência dos sintomas da doença. A maioria deles também não se casa e possui uma vida social pouco ativa.
Outros transtornos mentais comumente presentes nos pacientes com Esquizofrenia são a Ansiedade, o TOC e a Síndrome do Pânico, além de mais da metade dos pacientes serem tabagistas.
Esses pacientes em geral morrem mais cedo devido a maior prevalência de condições médicas associadas. Entre elas estão Diabetes, Hipertensão e Infarto, as quais podem estar relacionadas ao ganho de peso (que pode ser efeito colateral de algumas medicações usadas para tratar a Esquizofrenia) e ao pouco cuidado com sua própria saúde por falta de motivação, que é um dos sintomas da Esquizofrenia.
Esquizofrenia de Início Tardio
A Esquizofrenia de Início Tardio é uma forma dessa condição em que os sintomas surgem após os 40 anos de idade, o que é mais raro, correspondendo a cerca de 15% a 20% de todos os casos de Esquizofrenia.
Essa condição é mais comum no sexo feminino. Tal diferença de gênero pode ser explicada pela proteção relativa conferida pelos estrogênios durante os anos reprodutivos. Assim, a redução dos níveis de estrogênio nas mulheres após a menopausa pode ser um fator de risco para o desenvolvimento dessa doença.
Um aspecto importante é o fato de esse quadro muitas vezes não ser devidamente identificado uma vez que os sintomas psicóticos em adultos mais velhos tendem a ser interpretados como demência, depressão ou até mesmo efeitos colaterais de medicamentos, o que dificulta o diagnóstico da Esquizofrenia de Início Tardio.
Esse quadro possui algumas particularidades. Em geral, o curso da doença tende a ser menos grave do que o da Esquizofrenia de início precoce. Os sintomas positivos (como delírios e alucinações) são mais frequentes, enquanto os sintomas negativos (apatia, isolamento extremo) e o comprometimento cognitivo severo são menos comuns. Isso significa que frequentemente esses pacientes conseguem manter mais a sua funcionalidade do que os pacientes com Esquizofrenia de início precoce.
Causas: por que alguém desenvolve Esquizofrenia?
A Esquizofrenia é uma condição complexa e suas causas ainda estão sendo estudadas. Não existe uma única razão para o seu surgimento; acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, biológicos e ambientais contribua para o desenvolvimento desse transtorno.
Desse modo, não é um único fator que causa a esquizofrenia, mas sim a interação entre vários fatores. Uma pessoa pode ter uma predisposição genética à Esquizofrenia e isso pode ser ativado ou exacerbado por fatores ambientais, como estresse ou uso de substâncias. Essa combinação única de fatores varia de pessoa para pessoa, tornando cada caso de esquizofrenia distinto.
1. Fatores Genéticos
A hereditariedade desempenha um papel significativo na Esquizofrenia. Estudos mostram que pessoas com familiares próximos que têm a doença têm um risco maior de desenvolvê-la. Por exemplo, se um pai ou irmão é diagnosticado com esquizofrenia, o risco de outro membro da família também ter a condição pode ser até 10 vezes maior em comparação com a população em geral. No entanto, é importante destacar que a maioria das pessoas com histórico familiar de esquizofrenia não desenvolve a doença, o que sugere que outros fatores também são relevantes.
2. Alterações Neurobiológicas
Pesquisas indicam que a Esquizofrenia está associada a alterações em certos neurotransmissores, que são substâncias químicas que permitem a comunicação entre as células nervosas no cérebro. O mais notável é o papel da dopamina, um neurotransmissor que influencia o humor, a motivação e o prazer. Teorias sugerem que um excesso de dopamina em algumas áreas do cérebro pode contribuir para os sintomas positivos da esquizofrenia, como alucinações e delírios.
Além disso, alterações em outras substâncias químicas, como o glutamato, também têm sido investigadas, pois podem afetar a função cerebral e o processamento de informações.
3. Fatores Ambientais
Além dos fatores genéticos e biológicos, o ambiente em que uma pessoa cresce e vive pode influenciar o desenvolvimento da Esquizofrenia. Algumas possíveis influências incluem:
- Estresse e trauma: Experiências estressantes, como abuso, negligência ou traumas na infância, podem aumentar o risco de desenvolver Esquizofrenia mais tarde na vida. O estresse pode desencadear ou agravar os sintomas em indivíduos que já têm predisposição à doença.
- Uso de substâncias: O uso de drogas, especialmente durante a adolescência, pode ser um fator de risco. Substâncias como maconha têm sido associadas a um aumento do risco de Esquizofrenia em pessoas geneticamente predispostas. O uso de outras drogas psicoativas também pode precipitar ou agravar sintomas.
- Infecções e complicações na gravidez: Alguns estudos sugerem que infecções virais durante a gravidez, como a gripe, ou complicações durante o parto podem aumentar o risco de a criança desenvolver Esquizofrenia mais tarde.
Diagnóstico: como saber se alguém tem Esquizofrenia?
Não existe nenhum exame que confirme o diagnóstico de Esquizofrenia. Apesar de esse quadro envolver uma série de alterações orgânicas (como desequilíbrio de neurotransmissores em algumas áreas do cérebro), ainda não é possível usá-las para realizar o diagnóstico.
Desse modo, o diagnóstico desse transtorno é realizado por meio de uma minuciosa e extensa avaliação do psiquiatra, como eu faço no meu consultório. Essa avaliação deve se atentar aos critérios diagnósticos existentes, com cuidado especial para não confundir essa condição com outras que podem apresentar sintomas semelhantes, como:
- Transtornos de Humor: Como depressão maior ou Transtorno Bipolar, que também podem envolver sintomas psicóticos (delírios e alucinações).
- Transtornos de Personalidade: Algumas formas de transtornos de personalidade podem se sobrepor aos sintomas da Esquizofrenia, como o Transtorno de Personalidade Esquizotípica.
- Transtornos induzidos por substâncias: O uso de drogas ou abstinência de substâncias pode provocar sintomas psicóticos.
Tratamento da Esquizofrenia
O tratamento da Esquizofrenia é fundamental para ajudar as pessoas a gerenciar seus sintomas e levar uma vida produtiva. Embora a Esquizofrenia seja uma condição crônica, com o tratamento adequado, muitos indivíduos conseguem controlar os sintomas e melhorar sua qualidade de vida. Vamos explorar as principais abordagens no tratamento da Esquizofrenia.
1. Medicação
A medicação é uma parte central do tratamento da Esquizofrenia. Os antipsicóticos são os medicamentos mais comuns usados para tratar essa condição. Eles ajudam a reduzir os sintomas psicóticos, como alucinações e delírios, por meio da redução de Dopamina nas áreas cerebrais onde ela está em excesso. Existem duas classes principais de antipsicóticos:
- Antipsicóticos Típicos: Também conhecidos como antipsicóticos de primeira geração, foram os primeiros desenvolvidos para tratar a esquizofrenia. Eles são eficazes, mas podem causar efeitos colaterais como rigidez muscular, tremores e sedação.
- Antipsicóticos Atípicos: Também chamados de antipsicóticos de segunda geração, tendem a ter menos efeitos colaterais motores, mas têm maior risco de causar aumento de peso.
É importante que o tratamento medicamentoso seja supervisionado por um psiquiatra, que pode ajustar a dosagem e o tipo de medicação conforme necessário. Além disso, muitos pacientes levam um tempo até encontrar a medicação mais adequada e efetiva.
2. Terapia
Além da medicação, a terapia desempenha um papel importante no tratamento da Esquizofrenia. Existem várias abordagens terapêuticas que podem ser benéficas:
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Essa forma de terapia ajuda os pacientes a reconhecerem e modificarem padrões de pensamento negativos e comportamentos disfuncionais. A TCC pode ajudar a pessoa a lidar melhor com os sintomas e a desenvolver estratégias de enfrentamento.
- Terapia Familiar: O envolvimento da família é essencial, pois o suporte familiar pode melhorar os resultados do tratamento. A terapia familiar pode ajudar os membros da família a entenderem a condição e aprenderem como oferecer apoio efetivo.
- Reabilitação Psicossocial: Essa abordagem foca em ajudar o indivíduo a se reintegrar na sociedade, oferecendo apoio em áreas como habilidades sociais, emprego e atividades cotidianas. Programas de reabilitação podem ajudar os pacientes a desenvolver habilidades que facilitem a vida diária.
3. Suporte e Rede de Apoio
O suporte social é um componente importante do tratamento da Esquizofrenia. Ter uma rede de apoio, que pode incluir amigos, familiares e grupos de apoio, é importante para ajudar o indivíduo a se sentir menos isolado e mais conectado. Os grupos de apoio permitem que as pessoas compartilhem suas experiências e aprendam umas com as outras, criando um senso de comunidade.
4. Autocuidado e Estilo de Vida
Além dos tratamentos médicos e terapêuticos, práticas de autocuidado são fundamentais. Isso pode incluir:
- Exercício físico: A atividade física regular pode ajudar a melhorar o humor e reduzir os sintomas de ansiedade e depressão.
- Alimentação saudável: Uma dieta equilibrada pode ter um impacto positivo na saúde mental e no bem-estar geral.
- Sono adequado: A qualidade do sono é vital para a saúde mental. Estabelecer uma rotina de sono regular pode ajudar a melhorar o estado de ânimo e a clareza mental.
- Técnicas de relaxamento: Práticas como meditação, ioga ou mindfulness podem ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade.
Esquizofrenia tem cura?
A esquizofrenia é uma condição crônica que, em geral, exige tratamento ao longo de toda a vida. Apesar de não possuir cura, possui tratamento e a possibilidade de um controle adequado dos sintomas, o que pode permitir que muitos portadores dessa doença sejam capazes de levar uma vida com qualidade.
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